segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Dreams

Sempre que estou voltando de alguma viagem, a música que me leva ao aeroporto é marcante.
Foram 20 e poucos dias longe de casa, da família, do filho. Saudade de filho é algo inexplicável.

Vim parar nesse outro mundo. A Espanha. A escalada me trouxe aqui. Mais uma vez vou encadenando histórias, conectando caminhos, graças a esse esporte que me foi apresentado com muito amor.

Era estranho entender como se pode  querer tanto subir pedras. É estranho explicar como hoje isso me completa. Mas é um completar infinito. O copo nunca está cheio. Sempre se quer mais e sempre se pode ter mais.

Senti muita falta de casa. Havia muito tempo que não ficava tão longe. Mas quando minhas mãos tocavam as agarras geladas, tudo se esvaía. Existe uma troca. Sempre acreditei nisso. Natureza alguma está aí para ser estática.

O texto não quer falar sobre o que vivi. Sobre as experiências que tive e o aprendizado enorme. Sobre as amizades que fazem faltam e que vão nos guiar aos próximos encontros. O texto, de vida própria, quer falar desses "insights" que temos.

No caminho de volta, já em Madrid, saindo de madrugada, me deparo com uma lua minguante. É o último ciclo da lua. A conclusão. Um presente de despedida pra "acalentar" meu coração que volta pra casa.

A música na rádio é Dreams, The Cranberries. A letra fala por si.

Impossível não coloca - lá aqui!

DREAMS

Oh my life
Is changing everyday
Every possible way

Though my dreams
It's never quite as it seems
Never quite as it seems

I know I felt like this before
But now I'm feeling it even more
Because it came from you

And then I open up and see
The person falling here is me
A different way to be

I want more
impossible to ignore
impossible to ignore

They'll come true
impossible not to do
impossible not to do

And now I tell you openly
You have my heart so don't hurt me
You're what I couldn't find

A totally amazing mind
So understanding and so kind
You're everything to me

Oh my life
Is changing everyday
In every possible way

Though my dreams
It's never quiet as it seems
Cause you're a dream to me

domingo, 29 de janeiro de 2017

O acaso

Já tinha um tempo que ensaiava escrever sobre O acaso. Queria falar de um caso específico, já que me pareceu uma boa obra do "destino" trabalhando pra me levar a um lugar que em momento algum sonhei ou mesmo imaginei estar. Mas por ironia, pra quem acha ou sempre achou (estou tentando melhorar nesse aspecto) que pode controlar tudo, um outro causo ocorreu.

Sobre o primeiro, era pra falar em como um deixar levar, um não fazer nada, me mandou pra Espanha,  escalar com tops, num lugar top. O mais improvável dos acasos também me levaria para Madri, assistir ao jogo do Real, conhecer o Bernabeu! Jamais planejei ir pra Espanha e menos ainda ser levada pela escalada a matar a minha vontade de futebol!

Mas esse texto, que nem chegou a existir, perdeu lugar pro inusitado que ocorreu na noite anterior ao meu embarque nessa história.

Precisava buscar minha mãe num ponto central de Brasília, a chamada Rodoviária do Plano Piloto. Estava enrolada, já tarde da noite e mala nada pronta. Minha mãe cuidaria da casa e do filhote nos meus dias de ausência.

Ah mãe, tá difícil! Vou pedir um Uber pra senhora. Espera aí que já vai chegar.

Aplicativo do celular. Tento, cancelo e começo de novo. Sempre o mesmo erro: escolha outra forma de pagamento. Preciso ligar pra um 0800 sobre isso? E agora? Só porque tô com mais pressa que tudo!

Mãe! Deu erro. Tô indo buscar a senhora. Chego em 10 min.

É, eu moro perto desse lugar, perto de carro e sem trânsito. O local é o Sudoeste. Um lugar de (preciso classificar...) classe média alta, bem perto do Plano Piloto, asas Sul e Norte. Mas não, não sou dessa Alta aí não. Lá tem uma divisão. Sudoeste e Sudoeste Econômico. Benza Deus sou do Econômico. A explicação disso tudo pode fazer sentido lá na frente.

Chego ao local combinado. Minha mãe entra no carro e meio envergonhada pergunta: pode dar carona pra uma senhora e a filha dela? Eh ali pra Rodoviária do entorno (explicar o entorno... O afastado e carente local ao redor do DF. Talvez a história explique sozinha). Elas estavam no Sudoeste (não o econômico). Passaram o dia pedindo e estão cheias de caixas e sacolas. A filha não quer ir andando e taxi nenhum leva elas. Outro parêntese: a Rodoviária do Entorno é perto. Um desses perto - longe que só Brasília sabe explicar e que os taxistas odeiam.

Vamo lá. Chama aí.  Vamos colocar as coisas lá atrás, naquele bagageiro grande e cheio, extensão da minha casa. Arruma que cabe. Pode entrar! Vou não. Vou andando! Vai com elas, filha. Te encontro lá.

Onde você mora? Planaltina de Goiás (é longe). Que horas passa o ônibus? Vai demorar. Eita, tô ouvindo um barulho aqui. É o som. Estava ouvindo música. Posso acender essa luz? Pode!  Olha esse polícia fechando seu carro! Eles são folgados né. Policia (sim ela falou sem acento) assim morre de jeito estranho sabia! É? E por onde eu entro? Entra ali! Segue aquele carro! Para ali, perto do ferro! Ah, dá uma ré que fica bom! Isso! Aí tá bom!

Descemos. O ônibus já está parado. Ajudo a tirar as caixas. São bem pesadas. Elas ganharam comidas e objetos de casa daqueles que moram no bairro favorecido.

Eu ganhei um abraço.  O Abraço inesperado de uma desconhecida. Garota, esperta, linda na sua loucura (a mãe chamava ela de doida). O Abraço mais bonito que o acaso poderia me dar.

Grata, Uber!

domingo, 6 de novembro de 2016

Escolha a vida!

Guardamos sensações, catalogando-as como inesquecíveis, para usarmos como referência em momentos entre o passado, presente e futuro.

Eu faço isso. Acho que faço.

Mas não guardo muita coisa. Tento ser bem, bem seletiva.
Na minha lista esportiva eu tenho apenas o dia da minha primeira corrida em trilhas.
Não tenho mais... tinha.

Foi algo que tento chamar de amor, na ausência de uma palavra que explique melhor. Foi um sorriso incontrolável. Uma sensação de encontro. Foi vida!!! Sentido! Todos os sentidos!

Depois disso conheci a escalada e não larguei mais. A orientação e paixão pela topografia. Remei um pouquinho... Pedalei quase nada... São coisas que quero pra mim. Quantas oportunidades mais eu tiver pra manter meu corpo em movimento. E minha mente bem calminha...

Essa memória, esse meu "tenho" de referência, mexeu muito comigo agora. De repente me vi como naquele dia. O que era um, virou dois. E não é correndo.

É caminhando. Um passo de cada vez. Um passo... uma fita. E que fita, mano!

Slackline! A corda bamba! A sensação de referência voltando e alucinando minha cabeça! A identidade com algo totalmente novo! E um sonho... um sonho bem high! Que faz eu querer evoluir rápido! Porque  não quero me privar de viver isso logo!!! De escolher pra vida! A vida!









segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Outdoor da BOA (em textão)

Quando descobri a Corrida em trilhas, e posteriormente a Oficina Multisport, descobrir que o Mundo lá fora é muito maior, sem limites que não possam ser trabalhados, sensações que não possam ser experimentadas e que a palavra Outdoor teria um significado completamente novo em minha vida. Teria o Esporte sempre a sua frente!

BOA parte dessas descobertas aconteceram depois que conheci a Oficina Multisport, Guilherme e Camila, além do Diogo e Pedro, com suas "Aventuras", compartilhadas em treinos de 1h, 1h30. Lembro do Diogo se preparando para uma prova de 600 km!!!! Nossa!!! E eu acabando de chegar nesse mundo e sendo rebocada na Barragem do Paranoá!


Nesses três anos de corrida, e depois da crise de hérnia que me tirou do objetivo dos 42 kms, estava difícil achar uma prova que me tirasse o sono de véspera. Em 19 de setembro de 2015 a hérnia também entrou no meu dicionário. E no ano seguinte eu perdi o interesse pela corrida, ao mesmo tempo em que senti falta do esporte que mais amo! Fui, voltei, escalei, "pilatei" e não me comprometi com nenhuma inscrição nesses 12 meses (economizei dinheiro, kkk).

Até que... veio a BOA! Uma Corrida de Aventura feita aqui, do nosso ladinho, com nossos amigos de treino, nas nossas trilhas semanais (mesmo eu estando ausente).  E tem orientação (outra paixão que descobri com a Oficina). O mínimo que deveria fazer era desembolsar o dinheiro da inscrição! Mais que obrigação, valorizar o trabalho dos amigos.

A BOA foi tomando forma, a curiosidade foi sendo atendida com respostas sobre a prova e as distâncias definidas com seus 30 km e 150 km. Sim, eu pensei: não fosse a hérnia faria os 150km, ah como faria!!! Mas os 30 km, de orientação fácil, serão um passeio! Vou completar para ganhar!


Mas... e toda história sempre carrega seu mas... Eu que me achava desapegada ao desafio, desapegada a aventura, apenas comprometida em me divertir, me vi, nas ultimas semanas, diferente. Ansiosa, nervosa, pensativa e desastrosamente despreparada! Um pouco por estar ao lado de colegas que iriam se aventurar em 150 km, por nem sequer conseguir imaginar tudo o que eles estavam sentindo. Um pouco por mim, que ignorei a bike (pedal zero desde os 12 anos de idade), que fiz um único treino de caiaque e que estava tentando voltar a correr.

Agora já era tarde. Uma semana antes da prova... Corre e consegue uma bike! Leva pra revisão! Dá errado a revisão e a solução, com outra bike emprestada, só aconteceria aos famosos 45 minutos do 2º tempo... Ufa! E o planejamento, aquele que dizia: montar o kit primeiros socorros na terça, comprar a alimentação e o que mais precisar na quinta. Ah isso vai tudo por água abaixo e eu acabo passando a sexta na rua, até a hora do briefing!


Pernas exaustas, hérnia reclamando, pré-prova cansativo, mas vamos lá! Estamos todos ansiosos por um mapa na mão! Que delícia descobrir sobre a largada! Que trecho vamos pegar a bike que tanto me assustava... e o kit, será que estou levando tudo para a checagem? E as mil perguntas via uats para o parceiro de Oficina e organizador, que não aguentava mais tanta pergunta sem jeito!

Até que o momento mais esperado aconteceu! O mapa na mão e uma caneta vermelha para marcações. Todos espalhados pelo chão, escolhendo, duvidando, acreditando em suas próprias trilhas! Essa é a mágica da Orientação! Além da descoberta sobre o "ler a natureza", que me fez cada vez mais próxima dela; além da colaboração característica da Corrida de Orientação, quando ajudamos os colegas sobre um PC ou outro; além do "Eu vejo cristas e ravinas", depois que entendemos o que é topografia; fazer a sua trilha, o seu caminho, é tão simbólico quanto o significado da frase em si.


E subitamente aquela que achava que sabia navegar se desesperou com o mapa! Sim achei difícil!!! Depois me acalmei, ao ver que os colegas traçavam caminhos parecidos com o meu. Imaginando que na prática a leitura seria mais fácil. O trecho de bike diria que não...

Mas temos outros "mas". Um Racebook que tentei decorar na noite de sexta porque tinha comprado pouco papel contact (podem rir)! Um mapa completamente mal plastificado que acabou indo dentro de um saco zip! Uma adrenalina sem tamanho, que não imaginava ser capaz de sentir novamente!!! Ah, como é BOA essa sensação!

E então chega a grande hora. Ver os amigos largando para os 150km! Querer mostrar um sorriso de apoio e falar BOA prova por saber que só no dia seguinte eles chegarão! Pensar no mantra do "Completar é Ganhar!", porque você não sabe como usar as marchas da bike emprestada!



Ah mas tudo vai dar certo. São só 30 km de fácil navegação. Relaxa! Só que não (gíria do meu filho). A aventura começa no caiaque! A grande surpresa da prova. Como é difícil direcionar o caiaque! Ver a ilha, um dos PCs, tão distante e vários pontos coloridos e sincronizados na sua frente! Como funciona com eles e comigo parece o zig zag da máquina de costura da minha mãe? Olhava pra trás apenas para ter certeza de que o tempo e espaço estavam se relacionando. Sim, o caiaque andou, mas com muito custo. Aquele que foi pouco falado, pouco planejado, totalmente subestimado, foi o que mais me desafiou! Descobri o real estado de meditação. Minha mente estava controlada, vazia de pensamentos e com um único foco: força!



Depois veio a corrida, a orientação relativamente tranquila, o pensamento "mandaram bem nesse PC". Que prova bem planejada, que local bem escolhido. O que era pra ser manjado, foi surpresa! E o rasga mato ajudou a economizar algumas distâncias, pra então encontrar o medo maior, face a face. Aquela bike parada na quadra de esportes me esperando e dizendo que iria me usar! Estava muito grilada... completamente dominada pelo pensamento e fato de que não, você não sabe o que é isso.

Mas vamos lá! Sim, eu desci da bike para atravessar a pista! Dessa eu mesma dou risada! Mas o meio-fio é muito alto para encarar minha dignidade... E também carreguei a bike duas subidas depois. Descobri que colocar o bico da mochila de hidratação na boca sem parar a bicicleta seria meu aprendizado do dia! E consegui! Descobri que tinha força para subir, mesmo usando a marcha errada. Que tinha a sorte de evitar quedas que a minha mente desenhava de forma nítida! Descobri que sei usar o freio sem me estabacar no chão. E como eu usei! A velocidade das descidas me aterrorizava! E descobri que esse "trem" treme pra caramba!!! Que sacudidas foram aquelas? Uau! Me superando, calando a boca da minha hérnia naquele sacolejo fenomenal!


Que mais eu poderia esperar? Já pegamos o ponto 15, está quase tudo acabando e agora é só completar! Ah, mas a orientadora errou um ponto. E fez seguidores no seu erro... Até que outros, dignamente no espírito da Orientação, nos mostraram o caminho ao tão querido PC 16. Eita sensação gostosa, furar o cartão com o ultimo ponto!

Só que as surpresas não acabaram por aí. E o caminho ao local de chegada foi duro, justamente em um ponto em que não imaginei que passaria: o esgotamento mental e consequentemente físico. Sem aviso algum, meu corpo começa a querer parar. Fala que não aguenta mais a bike. Topa até ir correndo mas quer descer daquele "trem" estranho... Ah, mas a mente acalma! Os olhos veem o Lago Paranoá, reconhecem o Jerivá de outra prova de corrida, sabem que o asfalto está perto e mandam a mensagem direitinho pra cabeça. Eh, você está chegando! Você vai descer da bike novamente para enfrentar o meio-fio! Você vai saborear o açaí e o chopp que estão te esperando! Como nossos desejos parecem bobos em alguns momentos e grandiosos em outros!


Pra fechar a aventura, essas cinco horas de prova (nesse planejamento eu acertei), os amigos te esperando! Aquele "BORA" final no microfone, aquela energia BOA te recebendo! Os amigos que você sabia que já haviam terminado e sim terminaram bem! E um sentimento preenchedor... que parece percorrer todos os cantos do seu corpo! Que vai te fazer esquecer os braços e pernas queimados e ardendo, a bunda doendo, os calos nos dedos... Uma completude que te faz acelerar o tempo, valorizar o treino e virar páginas e páginas do calendário sonhando com a próxima chance de viver tudo novamente! 

Que venha a próxima BOA!!!

Pra sentir um pouco mais o gostinho dessa modalidade que está voltando pra Brasília, com esse esforço fantástico dos amantes do esporte no DF, segue um vídeo de uma das muitas provas que os professores da Oficina Multisport participaram, na China: Oficina Multisport e equipe The North Face Adventure.

Glossário do textão:

BOA - Brasília Outdoor Adventure. Prova de Aventura realizada no dia 10 de setembro de 2016, em Brasília.

Corrida de Orientação, ou Orientação é uma modalidade que tem por objetivo percorrer determinada distância em terreno variado e desconhecido, fazendo uso de mapas e bússolas, para localizar Pontos de Controle - PCs, seguindo uma ordem determinada. Segue link de matéria exemplificando o esporte.

Corrida de Aventura é uma competição que envolve várias modalidades, realizadas geralmente em ambiente natural. Um pouco mais sobre a modalidade pode ser conhecido no site Adventuremag ou Esporte na Rua.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um só não, vamos todos!

Nesse mês de setembro de 2012 um tradicional colégio de Brasília completou 50 anos e organizou um Festival de Basquete para crianças entre 10 e 12 anos. A proposta da escola (Marista) e dos times convidados era de interação entre os alunos, familiares, professores e o basquete. Sem placar, com jogos rápidos, muitos jogos, todos contra todos.



Acompanhei meu filho Pablo e a Escola do Guilherme Giovannoni - GG12, mas os momentos foram muito além da tietagem da prole. Vidrei e muito com os filhos dos outros! Muitos times de Brasília, das Cidades Satélites, para ser mais exata. Conheci o CID - Centro de Iniciação Desportiva através dos times CID Taguatinga, CID Riacho Fundo e CID Varjão. Todas essas cidades são carentes de incentivos públicos em geral e o basquete não é o esporte mais popular do país, o que encanta em ver tantos meninos jogando com vontade e apresentando bons fundamentos em quadra. Escolas do Chile também participaram, como o Colégio Melipilla e o San Sebastian. A interação entre os basqueteiros era perfeita, com os alunos do Marista recebendo os chilenos em suas casas.





O basquete apresentado por esses meninos era tão lindo quanto a beleza de um Ginásio em plena atividade, lotato, jogos simultâneos, só basquete, respirando basquete. Logo percebíamos alguns talentos como o Benjamin do San Sebastian, forte e habilidoso e o João do La Salle, com domínio incrível da bola e muita velocidade. De alguns, recordo apenas o número da camisa, como o 7 do Marista. Falha minha, deveria guardar todos esses nomes.




Falando um pouco do time da GG12, vi na prática a ação extremamente positiva que tempo de quadra e experiêcia são capazes de fazer com esses garotos. Os meninos treinam duas vezes por semana, menos que alguns times presentes no Festival. O primeiro jogo foi um pouco zonzo, como alguém que tenta entender o que está acontecendo e como foi parar ali. Mas depois, pouco depois, eles já estava a mil por hora. A evolução entre uma manhã e uma tarde foi impressionante. Vontade, conhecimento do colega, do corpo, da velocidade, da força nos passes e principalmente da marcação. Eles tiveram uma sensacional aula de basquete na prática, em quadra, com adversários que viravam ídolos ao final de cada partida.




A lembrança desses três dias é motivadora e muito, muito otimista. Diante de tantas crianças apaixonadas por basquete, determinadas e felizes com a modalidade que escolheram, não há como não imaginar o futuro delas no esporte. Estamos diante sim de grandes talentos, de futuros professores, de futuros atletas. E com a peneira profissional, que costuma ser cruel com alguns, se apenas um menino ou menina (elas estavam em quadra também) se destacar nacionalmente e internacionalmente no basquete, não será ele só, se apresentando para o mundo, mas todos nós que estávamos presentes, admirando o que o esporte é capaz de fazer com o nosso futuro.










quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vasco da Gama City

Vasco da Gama City. Foi assim que comecei a viagem para Vasco x Flamengo. Graças ao gol do Bernado contra o Fluminense, comprei as passagens para o Rio (Webjet). Sábado, após o embarque, não pude deixar de ouvir o comissário descrevendo a correria de seu dia assim que chegássemos ao RJ. Ele falou sobre um show, banda e sobre o clássico de domingo. O comissário é o Ronald, conhecido por sua apresentação diferenciada. Mas o legal mesmo era o Ronald vascaíno, descrevendo como conseguiu seu ingresso para o jogo, em cima da hora, com um amigo. O fim de semana transbordava Vasco e a ansiedade era grande. 


O domingo foi de concentração. Para chegar ao Engenhão, primeiro metrô, depois trem. Durante o percurso, passamos próximo ao que sobrou do Maracanã. Inevitável não pensar em como é incompleto seguir para o clássico longe do Maracanã. A descida, na Estação Engenho de Dentro, é logo na entrada da torcida do Flamengo. O que explica a maioria de flamenguistas aos gritos durante todo o trajeto do trem. Os vascaínos que se utilizaram desse transporte para chegarem ao jogo, assim como eu, foram camuflados, com suas camisas guardadas e ouvindo as cantorias da torcida rubro-negra... Um belo aquecimento. O mais legal, após dobrar a esquina, seguindo para a entrada dos torcedores do Vasco, é ver a transição das cores. Sair do mar vermelho e preto e enxergar o preto e branco foi um alívio!

O jogo foi o que todos viram. Mas a emoção foi completa e única. O tempo do jogo é diferente. Na verdade, tudo é diferente do que a realidade da TV apresenta. A velocidade, a visão do jogo, a torcida adversária (que sabe fazer uma festa visualmente bonita). E a minha torcida, é claro! Ainda escuto os gritos como se estivesse lá. 
Na hora do gol, abraços!!! Não importa quem você conhece, o abraço é de irmão. Família Vascaína.


Depois do fim... Não teve necessariamente um fim. Era possível perceber a bola parada, os jogadores se retirando do campo, a torcida do Flamengo indo embora... Mas para o Vasco não teve fim. Os gritos de vitória continuaram! Não ganhou mas não perdeu? Empatou mas é Campeão? A incoerência das informações era insignificante diante da emoção da torcida. Depois de tanta luta.


Ali, em meio a cantoria, lembrava sempre do comissário Ronald. Sabia que ele estava lá. Vasco da Gama City. Ronald terminou sua apresentação de sábado cantando uma música para os passageiros. A música ficou em minha cabeça durante todo o fim de semana e principalmente ali, domingo, meu primeiro clássico in loco, a realização de um sonho e a confirmação de uma paixão. 

"É hoje o dia da alegria

E a tristeza, nem pode pensar em chegar"





PS.: Valeu Bi!


sábado, 22 de outubro de 2011

E no Brasil?

Quando comento com alguém sobre o projeto 2018, Copa da Rússia, acabo tendo que explicar os motivos para ir tão longe, principalmente com 2014 sendo aqui, no Brasil. 


O que escolhi foi o ano e não a sede, que por sinal, ainda não tinha sido decidida e minha torcida era para Portugal-Espanha. A Rússia é uma dificuldade a mais. A língua me preocupa bastante. As distâncias também. Coisas para planejar e resolver...  


Aparentemente, a preocupação em separar por regiões existe. São cinco blocos geográficos: Centro (Moscou), Norte (São Petersburgo e Kaliningrado), Volga (Iaroslavl, Kazan, Níjni Novgorod, Samara, Volgogrado e Saransk), Sul (Sóchi, Rostov do Don e Krasnodar) e Urais (Ecaterimburgo).




Mas já conhecemos essa história. Na verdade, acabamos de conhecer. Aqui a promessa foi a mesma: separar por regiões. E eis que a política muda o óbvio. Um vai e vem sem sentido, jogo-viagem-jogo. E tem gente preocupado em não ter o Brasil no Maracanã... Isso é definitivamente o de menos importante nessa história toda, porque, para quem acredita em futebol sem armação, está mais do que claro que o Brasil não ganhará essa Copa (minha aposta está com a Alemanha, que fique o registro com antecedência). Entretanto, como a política não nos deixa esquecer de sua existência, uma Copa no Brasil sem o Brasil campeão é algo inacreditável para Ricardo Teixeira (só se pagarem melhor por isso).


E assim vamos assistindo esses mandos e desmandos da FIFA, aqui, Rússia... E eu querendo ir para um evento organizado por ela... Contradição óbvia também. 


Em 2018 quero ver futebol, conhecer a Rússia (de tabela) e aproveitar a experiência que todos esses eventos mundiais proporcionam. Mas em 2014, em Brasília, não quero arriscar nada... no máximo alguns textos e esperar por uma oposição tão boa quanto a que foi realizada na África do Sul, ZA News:








Fonte: 

domingo, 25 de setembro de 2011

Tietar ou não tietar, eis a questão!

O basquete em Brasília/de Brasília (os vínculos não são tão fortes e definitivos ainda, eu acho...) tem a sorte de contar com a presença de Guilherme Giovannoni, João Viana "Pipoca" (que está fazendo um ótimo trabalho com as Vilas Olímpicas), entre outros.

E Giovannoni vem cumprindo seu papel de um jeito diferente, novas propostas, velha tentativa. Disseminar o basquete. 

Além de abrir uma escolinha (GG12), Guilherme criou o Festival de Basquete, realizado neste sábado - 24/09. Dispondo de uma boa estrutura, logo imaginei milhares de crianças, ginásio lotado, digno de quem nos ajudou a sonhar e realizar Londres 2012. Mas a divulgação não foi das melhores, ou o acesso (Asa Norte) foi ligeiramente complicado, ou o fato de estar vinculado à GG12, que tem valores acima da média, afastou alguns pais que desconheciam o projeto e não pretendiam matricular seus filhos. Vai entender! Nessas horas tenho dificuldade em processar os 18 mil que assistiram ao jogo 4 da final do NBB 2010/11. Mas isso é outro assunto...

Sim, o valor da mensalidade não é dos mais baratos, assim como o ingresso para assistir aos jogos do NBB (R$ 20,00). Mas muitos pais sequer sabem que crianças de até 12 anos não pagam para assistir as partidas do Brasília. E por desinformação, imagino, alguns pais perderam a oportunidade de proporcionar aos filhos esse contato com alguém apaixonado por basquete, que, mesmo atendendo ao objetivo lucrativo necessário ao esporte (divulgando sua escolinha), conseguiu oferecer um encontro único, gratuito, com crianças que se divertiram com o mosquitinho. Isso mesmo: Giovannoni mais parecia o mosquitinho que sua esposa, Gabriela, descreveu aqui, picando todo mundo e divertindo até os mais sérios. 


E o Festival só começou. De acordo com o jogador, encontros semelhantes serão realizados duas vezes por ano. E criança sabe valorizar seus heróis. A propaganda infantil, provavelmente, levará um número maior de apaixonados para o próximo evento. 

Para os participantes, brindes, sorteios de camisas autografadas e uma bolsa para a escolinha, que, pasmem, meu filho ganhou!!!


E nessa história toda, tinha que me comportar como mãe e não tietar o jogador da Seleção Brasileira que ajudou na vitória contra a Argentina e nos levou de volta à Olimpíada! Muito discreta, ao final das atividades, levei minha camisa do Uniceub/BRB para o tradicional autógrafo e falei bem baixinho, contida: obrigada por Londres. Mas digo que por dentro estava gritando: aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhh!!!!!!! Vamos para Londres!!!!!!!!

Obrigada Giovannoni, por mais esse presente que você, junto com todos os participantes dessa história do basquete brasileiro, nos ofereceu.

Detalhe: durante o Pré-Olímpico, os compromissos em dias de jogos eram cancelados. Em um determinado momento, meu filho questionou: Mãe, se tivesse que escolher entre seu filho e uma sala cheia de TVs passando jogos de basquete, o que escolheria?
Eu respondi: é valendo vaga para a Olimpíada?
Brincadeirinha!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Oportunidade aproveitada, trabalho bem feito!

Um dia antes do jogo (agora é "O" jogo, entrou para a história do basquete brasileiro) de 7 de setembro, escrevi o seguinte comentário no blog Bala na Cesta: "A palavra de ordem amanhã será oportunidade, aproveitar a oportunidade. Os hermanos erram e o adversário esperto aproveita. Ainda não conhecemos o adversário esperto… Quem sabe amanhã?"

Escrevi, mais motivada pelos jogos da Argentina do que do Brasil. A expectativa de encontrar o basquete bonito está em todas as partidas da Seleção Campeã Olímpica. Mas a realidade é a mesma em qualquer esporte: todo mundo erra! Pouco, muito, vez ou outra... mas todo mundo erra. E fiquei imaginando quem seria esse time inteligente (vai além da sorte, o aproveitamento diante do erro adversário) que não perderia a oportunidade de controlar o jogo dos argentinos.

O jogo mesmo, ao vivo, perdi! Mas o VT estava lá, mais fácil até para analisar a partida. E diferente do que pensei, não foi só a Argentina que errou. O Brasil errou demais! 1º e 2º quarto são válidos apenas para descrever (ou ao menos tentar) o que estava acontecendo em quadra: dois times procurando espaço, algumas precipitações, ansiedade, medo?! Tudo bem, pode ser mérito da defesa. Mas acredito mais na tensão do jogo!

Tensão por todos os lados.

Alex tentando de qualquer jeito entrar no garrafão e resolver. Conseguiu no primeiro momento do último quarto! Ufa! Mas sua defesa, imagino que foi perfeita, porque eu procurava o Ginobili em quadra e não via. Benite não conseguiu o mesmo efeito.

Marquinhos foi ótimo porque não apresentou a insegurança que vimos em algumas partidas e espero que não mais (isso é regularidade).

Tiago é sempre Tiago. Finalmente ele descansou! As teorias da conspiração para descobrir o que aconteceu com o Splitter são inumeras, mas imagino que seja só volume de jogo. Quem acompanhou os Spurs sabe disso e sofreu junto com ele ao ver seus minutos de partida, quando e se entrava em quadra. Ele sempre fez muito por esse time (e vai fazer mais), só que agora teve companhia para dividir a carga, e isso pode até ser determinante para seu comportamento em quadra.

Huertas dispensa comentários. Sempre penso em como seria bom encontrar seus pais um dia e poder agradecer por esse presente! Quanta personalidade. É admirável, sempre!

Quero falar um pouco mais do Giovannoni. Nessa seleção adulta desde 2000, um jogador cheio de qualidades e sempre muito criticado por pessoas, imagino, como eu, que assistem, acompanham, registram suas opiniões em blogs, mas que parecem não enxergar o trabalho e dedicação que esse jogador disponibiliza para o Brasil. Tudo bem que ele não é a estrela, mas cumpre seu papel, veste sua camisa, vibra e joga bem, como assim fez ontem em momentos importantes. Dividiu os rebotes com Rafael, aliviando um pouco o Tiago.

Mas o trabalho bem feito mesmo veio de Magnano. Os jogos anteriores do Brasil tiveram uma grande rotação da equipe. Chegava a ser irritante o troca troca de jogadores em momentos bons, quando uma vantagem poderia ser conquistada, e logo o rendimento mudava e as oscilações aconteciam. Nesse Brasil e Argentina foi diferente. Ele manteve o que funcionou, e isso, para a minha ignorância, me permite dizer que sim, ele sabe muito bem o que deve ser feito e como deve ser feito. O time ganhou confiança, o banco ganhou confiança e a torcida ganhou a oportunidade de acreditar em Londres 2012. Inteligência é para poucos.

Quanto ao Scola, imagino que os argentinos pensaram como nós: ele resolve, contra o Brasil ele resolve. E a responsabilidade foi depositada dessa forma, e correspondida. Em jogo anterior, contra a Venezuela, Scola fez 17 pontos, 4 rebotes. Contra o Brasil, 24 pontos e 11 rebotes. Ele tentou, errou, e Rafael aproveitou.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O dia em que conheci Eric Clapton: nada demais.

Terminei a leitura de “Eric Clapton: a autobiografia”. Foi rápido. Até enrolei um pouco, na tentativa de desfrutar mais tempo de tal companhia, mas não deu certo.

A música tem importância magistral em minha vida. Já pensei em comparações do tipo “o ar que respiro”, mas não é por aí. Talvez não seja a música em minha vida, e sim o contrário. Talvez essa importância toda, e significação, seja pelo fato de que eu bem cumpro o meu papel de ouvinte. Estou ali, no lugar em que a música quer que eu esteja. Mas não sou consumidora compulsiva e guiada pela moda. Na verdade sou uma velha, e a cada dia me descubro mais velha e rabugenta, musicalmente. Outro dia, uma tia de 50 e tantos anos, quando falei sobre os shows do E.C., perguntou se ele era o vocalista do Nirvana, dizendo que gostava muito do som. Alguma coisa está fora da ordem...

Com o livro, tentei lembrar de como cheguei até o deus da guitarra. Nesse processo de olhar para o passado, diante de minha velhice musical, vi o Jazz e o Blues, que foram e sempre serão meu porto seguro. Não descobri como encontrei E.C., mas sei que foi de trás pra frente, ou do velho para o novo, ou do Blues para o Rock.

Não procurei, durante todos esses anos, saber qualquer coisa da vida dele. Sabia do filho, de George e Layla, mas sem grandes detalhes. Isso, culpa do Raul. Sempre fui fã de Raul Seixas. Vestia a camisa e tudo o mais que minha idade permitia (não era muito). Mas um belo dia, conversando com outro fanático, percebi a bobagem de tudo aquilo e passei a me importar apenas com a música. A tal pessoa descrevia como e quando Raul ia ao banheiro e isso me incomodou muito.

Essa decisão, levei para todo o resto, na vida, política, cinema...

Um parêntese: já corri muito atrás do Lula. Isso mudou também, mas não fui testada ainda... Tenho minhas dúvidas. Talvez pelo simbolismo disso tudo, ter corrido atrás do metalúrgico, matado aula sem que meu pai eleitor do Collor soubesse... Talvez eu não resista e tiete o Lula novamente, e talvez isso não tenha ligação alguma com política e sim com a liberdade e rebeldia que representou em minha vida. Fecha parêntese.

Então, voltando. Tomei a decisão madura de ler a autobiografia. Abri uma exceção. O fato de ser “auto” ajudou um pouco. Comecei do fim, do que conheci primeiro, para depois chegar ao passado.


Blind Faith - Presence of the Lord from Mike Neumann on Vimeo.

Descobri que nem sempre se gosta de algo por obra do acaso. As impressões sobre bandas, pessoas, artistas e música, muitas opiniões, todas compartilhadas com o slowhand (distâncias acabam, mesmo que ele não saiba disso). Foi bom descobrir e perceber que posso tentar e ir um pouco mais além. Gostar da música e da pessoa. Gostar do jogo e do jogador. E como E.C. fala bastante de blues em seu livro, me lembrei de algumas experiências.

Lembro que usava um walkman da minha irmã escondido, de fita k7. Gostava de olhar para as pessoas ao meu redor e pensar em como era privilegiada por ouvir o sofrimento de Billie Holiday com seus homens. 15 anos na cara e eu me imaginava, de forma arrogante, enganando a todos, que provavelmente pensavam que o meu som era moderno e comercial, quando na verdade, vivia no passado. O jazz tem um pouco ou muito disso, arrogância. Solos de bateria e baixo enormes, enquanto esperava o fim do intervalo da aula, e todas aquelas pessoas do axé ou pagode, passando por mim... tolinhas... (ainda parece arrogante).

Lembro de ouvir Louis Armstrong, a velha k7 de sempre, e quando o trompete surgia o tempo parava e eu simplesmente acreditava não haver nada mais bonito e... (sem descrição). Mas então, lá pela metade da música, ele entrava de surpresa com sua voz e jogava por terra minha conclusão mais recente. Lindo, e sempre conseguia o mesmo efeito comigo, a mesma surpresa.


What a Wonderful World Louis Armstrong from noktasat on Vimeo.

Parêntese 2: Nina Simone, o que seria de minha adolescência sem você?


Mississippi Goddam (Nina Simone) from Ray Anderson on Vimeo.

O Blues foi fácil. Comprava uma fitinha para toda quinta-feira. Acho que era quinta, quando a rádio fazia o dia do Blues. Era o momento das coletâneas. Um dia só de John Lee Hooker, outro de Muddy Waters. BB King, sem comentários. Quando escolhi o codinome LucilleKing (codinome para emails e afins), acho que, inconscientemente, pensei no mais próximo que poderia chegar da música, já que não toco absolutamente nada. Não fui pioneira nisso. Quando tentei criar meu email do gmail, uma Lucille já estava lá e tive que assumir o número 2, o que veio a calhar, pois o rei do Blues estava com sua segunda guitarra.

Nada dessa história toda tem relação com esporte, futebol ou basquete. Posso até tentar algum tipo de associação: hino de clube de futebol. Apesar de vascaína, sou apaixonada pelo hino do América. O do Fluminense também me encanta, uma coisa meio Chico Buarque de ser. Estamos falando de Lamartine Babo e isso não é novidade para ninguém. Tinha um vinil com os hinos dos clubes. Colocava dia de domingo, bem alto, com as caixas viradas para a janela. Achava que todos tinham a obrigação de saber que hino bom, boa música, não era exclusividade de um time só. Também fiz isso com a política e as músicas do PT. Adorava uma boa parte delas.

E tudo isso para concluir que vou virar tiete (ou já sou e não sabia). Vou assistir E.C. no RJ, 09/10 (provavelmente terei um treco com “Old Love”, meu orgasmo musical, se ele tocar). Vou continuar sendo LucilleKing no Twitter ou Facebook... Vou continuar com minha velharia musical e nada mais, nada demais.


Old Love - Clapton & Friends - 1999 from A G on Vimeo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Internet pra?

Ontem acompanhei o tênis e o futebol através da internet. Não foi a primeira vez que fiz isso, o que me levou a pensar em algumas curiosidades. Por exemplo, lembrei do texto do Humberto Gessinger para a Coluna Test-Writer do Grande Prêmio e de quando ele falou de "um olho na TV e o outro na tela do computador". São tantos os comentários que, ontem, durante os dois primeiros sets de Wimbledon, pasmem, quase nenhum cometário! Mas também, todo mundo abismado com o Djokovic fazendo o Nadal parecer o aluno de um clube qualquer, que tem a maior pose de campeão, mas que na hora do jogo... (não, eu não penso isso do Rafael, tá, a culpa é do sérvio). Depois, enquanto o campeão de 2010 voltava à normalidade, os tuiteiros já desviavam o olhar e disparavam uma ou outra mensagem na minha timeline.

Teve também a Copa América e o jogo legal do Brasil. Tão legal que foi parar nos Trending Topics. Deu tempo, né. Era zero prá lá, zero prá cá. Mas estou sendo injusta, acho que vi um 3 do Sub17 contra o Japão. 

Por falar em assuntos mais comentados, é por lá que ficamos sabendo toda a programação da TV. Incrível como você descobre, sem nem ao menos conhecer o nome da novela, quando a mulher rasgou o vestido da outra ou quando o casamento foi cancelado. É, parei com isso. Descobri a TV na internet. Agora, não assisto mais televisão, assisto Internet. Hoje mesmo acompanhei o jogo de basquete da seleção brasileira, Mundial Sub19. Agora, enquanto escrevo, acompanho Chile e México.

E quando a Internet te convida a fazer parte desse mundo (nada pequeno) virtual? Muitos começam com um blog, eu comecei com um e-mail mesmo! Depois veio o blog e a obrigação (que não sei quem foi que inventou) de escrever sobre qualquer coisa para não correr o risco de ficar mais de um mês sem um texto "publicado". Olha que chique, eu publico textos na Internet! Isso me fez lembrar do "Bom Dia, Boa Tarde e Boa Noite" que o pessoal dispara no Twitter (sempre volto ao passarinho, sou fã). Imagina você, agora cheio de seguidores, acordando e acenando como rainha, com um suave "Bom Dia" aos seus súditos. Legal mesmo é o "Merdinhas" do @flaviogomes69.

Voltando ao assunto perdido, você vai lá e começa o blog, escreve e então vai ao twitter. Aí, procura aquele cara legal, cheio de seguidores, e pede para ele dar uma olhadinha no seu texto. Pode divulgar também, se gostar. Então você pensa: se ele clicar no link (LEGAL); se ler um pouco mais do que o título (NOSSA); se der um RT (EITA), mas se o RT  vier com comentários (UAU). Já vou fazer isso!

Outra coisa legal da internet é o tipo de informação que você encontra, mesmo sem querer, querendo. Eu, com meu projeto Rússia 2018, sempre acesso o Diário da Rússia e foi lá que descobri o time de futebol feminino, líder do campeonato local, que vai adotar o uniforme "Praia de Copacabana" na tentativa de atrair um público maior (e muito mais interessado em futebol). Elas poderiam disponibilizar vídeos no youtube. Também fiquei sabendo que o Anzhi não quer levar só o Neymar, mas também o Dunga, para a alegria de Roberto Carlos, Jucilei e Tardelli. Assim, daqui até a Copa de lá, estaremos assistindo partidas do Campeonato Russo em horário nobre da Globo. Não, o Dunga não permitiria...

E pra fechar com chave de OURO (daquele tipo de ouro que se espera ganhar quando sua seleção consegue vaga para a Olimpíada), hoje a Internet me contou que o Leandrinho usou a Internet para comunicar sua dispensa da seleção brasileira de basquete. 

Ah, minha amiga net, cada um que te use à sua maneira. Eu fico satisfeita em assistir.


Espero ter colocado todas as referências e links citados. Por aqui, copyright pode ser também copyDiright para o seu site! Coisa que uma bibliotecária não pode fazer. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Finais da NBA em dia de Coritiba e Vasco

Era 05 de junho de 2011. Jogo do Campeonato Brasileiro: Coritiba e Vasco. Muitos reservas, já que a final da Copa do Brasil seria alguns dias depois. O resultado foi 5 x 1 para o Coritiba. Eu, como vascaína, já imaginei o vice da Copa. Um placar com quatro gols de diferença não pode ser ignorado. Mas confesso que não era o futebol que me abrilhantava os olhos nessas últimas semanas. O que interessava naquele dia de Coritiba e Vasco eram as partidas finais da NBA. 

05 de junho de 2011, dia de jogo 3, Dallas e Miami. A série estava empatada e a história do formato 2-3-2 das finais tinha como fato o vencedor do tal jogo 3 ser campeão da NBA. Mas era dia de Coritiba e Vasco. Foram 33 confrontos. O Vasco conquistou 15 e empatou 8. No total, 42 gols contra 35 do Coritiba. Só que em dia de jogo 3 das finais do basquete americano, o Trem Bala da Colina perdeu e o Miami Heat ganhou!

Coritiba e Vasco... Vasco e Coritiba... Jogo 3... Fiquei curiosa. 
Esse agora clássico de Copa do Brasil tem suas marcas na NBA:

18/05/2003 - empate de 1 x 1 no futebol - New Jersey fazia o jogo 1 de Final de Conferência contra Detroit. A partida terminou com vitória dos Nets, 76 x 74. Eles fecharam a série em 4 jogos e perderam o título para o San Antonio Spurs, 4 x 2;

12/06/2005 - outro empate, 2 x 2 - Dia de jogo 2 das Finais. San Antonio contra Detroit. Os Spurs levaram a série para 2 x 0, mas foram até o jogo 7 para conquistarem o título.

Números, números... As possibilidades são infinitas!

Considerando apenas os cinco jogos dessa final (estou falando do basquete) e comparando com o jogo 6, Nowitzki (média de 27 pontos) fez os mesmos 21 pontos que o Sr. James (média inesperada de 17,2). E Wade, que conseguiu uma média maior que o MVP Dirk, fazendo 142 pontos em 5 jogos, registrou dez a menos que o reserva Jason Terry (27). Reserva esse que conseguiu a média de 16,2 pontos. Apenas 1 pontinho de diferença para LeBron. Ufa...

É, quando me sentei em frente a televisão no dia 05 de junho de 2011, ouvi o comentário estatístico sobre o vencedor do jogo 3 e pensei: e daí? O vencedor dessa partida vai ganhar o título só por isso? Não em dia de Coritiba e Vasco!

Ah! Eu tenho um dado curioso agora: sempre que o Corinthians ganhar do Fluminense em dia de jogo 6 das finais da NBA, o MVP vai entrar correndo para o vestiário, emocionado com o título que conquistou!
Observação 1: adoro estatística! Parabéns Mavericks!
Observação 2: esperei a definição do vencedor para escrever sobre o jogo 3. Vai saber... em dia de Atlético-GO e Ceará... 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Começou!

Agora sim, estamos prontos!

Essa equipe, a torcida, o conjunto e a mídia.

Agora o basquete de Brasília tem visibilidade. As crianças que saíram do #NilsonNelsonLotado (campanha lançada pelo MVP Giovannoni no Twitter) vão pertubar seus pais por escolinhas de basquete! As opções são: Sesc, Vizinhança, Secretaria de Esporte e Lazer do GDF, CIEF, Lance Livre... Todos se verão obrigados a aumentar o número de turmas oferecidas. Quero ser igual ao Giovannoni, Alex, Nezinho, Arthur, Cipriano, Tischer, Rossi, Alírio, Fábio, Gustavo, Bruninho, Bruno, Ronald e Carlão. Tem para todos os gostos e estilos. Meu filho mesmo, chamei várias vezes para tirar uma foto com o Leandrinho, mas ele não acompanha NBA, só o NBB. Me chamou para tirar foto com o Ronald, o mais novo do time, um menino que nasceu em 1991!

Acompanhar essa evolução é vivenciar o momento "divisor de águas" do basquete. O NBB se consolidando; o crecimento dos times, que proporcionou um campeonato disputado, saindo do tradicional novo/velho Brasília x Flamengo; a imprensa guardando espaço para o esporte. No momento em que temos estrelas jogando na NBA (algumas que podem representar o Brasil, outras que não querem, e as mais preciosas, as que querem sempre). Temos o melhor armador da Liga Espanhola. Temos o Brasília (e Franca, Flamengo, Pinheiros, Uberlândia... não preciso citar todos). Conseguimos o 9º lugar no Mundial da Turquia (com jogo memorável contra os EUA). E que venha o Pré-olímpico em agosto. Se Brasília será/é a capital do basquete, isso não importa muito. Se nossos meninos vão crescer sonhando em levantar a taça do NBB, acostumados a ver o Brasil disputando Olimpíadas, isso sim é importante! E quando lembrarmos do passado... lembrar do passado? Só para não errarmos mais.

Obs.: sou torcedora do Brasília e do Brasil. Por essa razão escrevo na 1ª pessoa. Fotos da Final e do título logo mais em outro momento.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A surpresa ficou para o final!

Então, antes de seguir para o jogo 3, escrevi aqui sobre as surpresas que poderia ter no Pedrocão. Estava certa. O domingo foi completamente diferente.
Primeiro: Giovannoni e Alex foram o assunto da cidade. Provavelmente os principais responsáveis pela redução no número de vendas de ingressos para o jogo (espaços vazios no ginásio); segundo: a real oportunidade de encerrar com 3 x 0; e terceiro: já era possível ouvir meus gritos e do filhote, aproveitando os momentos em que os fanáticos de Franca silenciavam com as cestas do Brasília.
Mas nossas manifestações não foram bem recebidas. Logo começamos a chamar a atenção.Fui repreendida pelos francanos. Os olhares aumentavam.
Respondi que estava torcendo com todo o respeito ao adversário, me utilizando apenas de aplausos e vibrações. Meu filho não entendia. Dizia que éramos apenas dois, duas vozes em baixo volume contra outros tantos mil. Como eles poderiam se incomodar?
Continuei. Acreditei na possibilidade de me ver, diante de enfurecidos francanos, gritando e comemorando o título.

Olha a taça aqui:


O jogo foi o que todos vimos.
A surpresa, entretanto, não foi a derrota do Brasília.
Quando olhei para o lado, meu filho chorava.
Não aguentou a pressão de assistir o jogo "fora de casa".
Tentei acalmá-lo. O clima de hostilidade não ajudou. Ele repetia: quero ir embora, quero ir para casa. Eu também, mas tínhamos que esperar ao menos a torcida de Franca sair do ginásio. E durante a espera foi que um senhor, torcedor, francano, se aproximou e disse:
Seu time é bom! Seu time é muito bom! Fica calmo, não chora. Você será campeão em casa, lá em Brasília!

Detalhe: não é que colocaram a nossa foto lá mesmo!

http://www.tudofranca.com.br/galeria.php?idGaleria=211