quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Quem é louco afinal?

Não sei exatamente como comecei a assistir aos jogos de futebol americano, mas lembro do Aaron Rogers e os Packers. Lembro também que, antes da primeira partida, assisti alguns bons filmes sobre o tema. Mas a verdade é que filme sobre futebol americano mostra mais a paixão pelo esporte do que as jogadas.
Entender... ainda entendo pouco. Comecei a acompanhar a National League Football (NFL) depois da 6ª rodada da temporada 2010/2011. Consegui me manter diante da televisão por uma partida inteira, e, depois dessa difícil tarefa, foi amor a 2ª vista. As regras, fui aprendendo com os narradores.
Outra coisa importante para aumentar o encanto, no meu caso, foi a organização. Tudo me pareceu tão arrumadinho e importante, levado a sério... perto do futebol brasileiro. E nesse caso, podemos listar inúmeros fatores para toda essa organização, mas prefiro acreditar na seriedade mesmo, comparada a falta dela aqui no Brasil.
Mas o objetivo não é esse, comparar.
A verdade é que minha agenda futebolística televisiva não costumava ocupar os horários de domingo depois das 22:00hs. E, inimaginavelmente, segundas! As quintas virando a noite?
Deixe-me ver, hummm, tem futebol terça, quarta, quinta, fins de semana... mas nada que passe de um dia para o outro.
E qual o objetivo então?
Tá bom, eu sou louca. Recuso convites de eventos variados para virar a noite assistindo aos lançamentos, interceptações, sacks, fumbles, e é claro, touchdowns.
Nada de barzinho, aniversário, filme, amigos...
Família, só aquela que fica pertubando pelo controle remoto e se perguntando: por que diabos essa pessoa resolveu assistir futebol da bola oval. Já não bastava o futebol de bola redonda, o basquete, o bate-bola, a mesa-redonda, o pontapé, o mundial, a olimpíada, os jogos de inverno e tudo mais!
Outro dia recusei um casamento e um aniversário. Era o começo dos playoffs. Jogo do Green Bay Packers x Philadelphia Eagles. Mais uma vez o quarterback Aaron Rodgers contra o destaque Michael Vick, que vinha atraindo olhares com suas corridas. Os Packers venceram por 21 x 16.
Eu perdi uma noiva atrasada por mais de 40 minutos e uma cantoria regada por tequila em algum karaokê...
Quem é louco afinal?

Os próximos convites:
Pittsburgh x Baltimore, 15/01/11 19:30
Atlanta x Green Bay, 15/01/11 23:00
Chicago x Seattle, 16/01/11 16:00
New England x New York Jets, 16/01/11 19:30

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Meu Pai, o Piauí e o Futebol

Sou a caçula de três filhas, apesar de meu pai ter desejado muito um menino.
Aí, já viu, menina fazendo coisas de menino e tentando de tudo para agradar e conquistar a atenção do pai.

Assim descobri o Futebol. Seu Tonho, como era chamado, tinha um time que queria ser alguma coisa, mas não posso dizer que era um time profissional.
O nome: Panificadora São Pedro (a padaria do Seu Tonho). Além desse, existia também o time amador no qual meu pai jogava, hoje sei, por ser o dono da bola. Apesar de apaixonado por futebol, Seu Tonho não era craque, mas um dos apelidos, engraçado... era "Casagrande".


Aos fins de semana, quando o time amador se reunia para tomar cerveja com a desculpa de jogar bola, tinha a grande chance de acompanhar meu pai. Chegando lá, no campo de terra batida, aguardava as instruções de treinamento. Correr duas voltas completas no campo! Agora, levantando os joelhos! Tocando a bola! Enquanto isso, os amadores já estavam em duas ou mais rodadas de cerveja. Após toda essa brincadeira, chegava a hora de assistir à partida. É interessante lembrar de como os amigos deixavam o Seu Tonho fazer gol. Todos jogavam para ele.

Certa vez, o time "profissional" da Panificadora jogou no Albertão (estádio de Teresina). Um orgulho para meu pai. Não consigo lembrar se o lugar estava cheio ou mesmo se o jogo foi bom... só lembro de olhar para a lateral do campo e ver o Seu Tonho agindo e reagindo como todo dono de time faz. Perdemos por 1 x 0, mas a alegria era tanta que ele bancou a comemoração do vitorioso adversário.

Vascaíno doente, meu pai tinha vários quadros do Vasco na parede. Não existia a possibilidade de eu, criança, torçer para outro clube. Todos aqueles jogadores tão imponentes com seus títulos conquistados... Naquela época, imaginava que o Vasco era o campeão de tudo. Pena que as coisas não são como na infância. Não acompanho os jogos como antigamente. Prometi, há muito tempo, que só voltaria a torçer pelo Vasco após a morte de determinado dirigente. Promessa sem jeito. Meu pai já faleceu e o tal dirigente continua por aí. Ao menos o dito cujo não está mais na presidência do clube.

Hoje, começando 2011, longe do Piauí...
O antigo campo de terra batida, lá em Teresina, virou um Complexo Esportivo para a comunidade. O Seu Tonho tem seu nome lá, gravado em uma placa.
Acho que ele nunca imaginou homenagem tão simples mas tão grandiosa.
Minha infância está lá, gravada, como o nome na placa.
Meu Pai, o Piauí e o Futebol fazem parte da minha vida.
Obrigada, Antonio Rodrigues da Costa.

Detalhe: Pai, falhei em 50% da minha missão.
Te dei um neto, o garotão que o senhor sempre quis.
Mas, pai... ele é flamenguista.